segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Bemposta Corresponde ao lugar ou à gens Isibraia


Nunca nos sentimos tão cobertos de grandeza cultural e ao mesmo tempo, conscientes e responsáveis, quando primeiramente precisamos de saber, ver e sentir de onde viemos, como chegamos até aqui. Uma viagem de milénios de anos, que não se esgota em nós. Aquilo que somos hoje e o que desejamos ser amanhã, dependente daquilo que temos sido, que temos feito, como Concelho, como cidadãos. Por tudo isto, e como somos herdeiros de tradições e valores ancestrais, urge descobrir, reconhecer, inventariar e divulgar, quando antes se possível, com critérios, tudo o que constitui as nossas raízes ancestrais.
Bemposta é a freguesia do Concelho de Penamacor de mais nítido sentido romano, segundo as actas e memórias do 1º colóquio de Arqueologia e História do Concelho de Penamacor, realizado entre os dias 5, 6 e 7 de Outubro de 1979, o estudo que nos revela Joaquim Candeias da Silva (subsídios para o estudo da viação romana no Sw do antigo território Penamacorense), no 3.ponto do seu estudo (Da Bemposta à Mata (Da Rainha), refere a Bemposta como a aldeia mais rica em vestígios romanos do concelho de Penamacor, digna da maior atenção de estudos epigrafistas. Aponta duas aras dedicadas ao Deus indígena Bandis Isibraiegvs. Muito se tem escrito relativamente ao culto de Band, esta divindade indígena da Lusitânia pré-romana, com o nome assente no radical.
O Professor Catedrático da Universidade de Coimbra, José d’Encarnação, que produziu um trabalho de Síntese, relativamente a este assunto, contabilizou 28 inscrições encontradas no Ocidente Peninsular, o mesmo conclui, apenas estas duas aras referem o Deus Isibraieco: trata-se de um epíteto circunscrito à Bemposta. Seria então Bemposta uma povoação, correspondente ao lugar à gens Isibraia ou lugar de gente do Deus Isibraecus.
Pelo que fica dito se compreende que Bemposta no tocante ao património cultural Português é um relicário vivo da arqueologia, é pena, é que as entidades públicas competentes, não terem sido capaz de a proteger, valorizar e de a dar a conhecer ao mundo. Fica a esperança de um dia a ver requalificada, por alguém mais disponível e capaz.
Porque "A Terra quando mais se conhece, mais se ama!"

Daniel Lopes

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