quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Após a revolução, vem o museu...


Onde está a estranheza deste meu título, quando a humanidade, não se lembra da lentidão do seu pensamento. A primeira lição que aprende em história é que o homem pouco mudou onde quase tudo mudou: as circunstâncias mudam e tão depressa! No mundo da mudança habita a desorientação crescente, envelhece a nossa habilidade para cuidar do mundo em que se vive. A confiança nos cientistas, nos jogos de realidade virtual e no boato que os políticos simulam. Este monopólio dos instruídos que vivem idealizando teorias para nos atirarem na crença. Porém, felizmente, existem sensibilidades preocupadas com o que há de mais elementar na agonizante vida terrestre. Todos entendemos a dor e o choro, todos sabemos de amores e de traições e, por vezes, esquecemos o mais natural. Neste grande relevo da sociedade, precipitadamente dividida entre leigos e competentes, nunca existirá consenso entre ambos. O mundo permite que bebamos na fonte do elixir de novas experiências, que constituem o derrame fulcral sobre os aspectos mais superficiais da nossa realidade. Por vezes, embriagamos o nosso espírito com saberes inócuos, opostos ao "pathos" da verdade. Neste canto tão pequeno do universo, onde nos afluem incontáveis quantidades da nossa náufraga ignorância, porque não desesperar e atirar contra o sol? Finalmente, atingido o ponto mais alto da ciência, deixa de ser necessário o mais simples invento, o da reciclagem. A cultura do lixo deverá ser acompanhada por outra: de reciclagem. E para completar o raciocínio digo que: a era do desperdício é também a era dos museus, dos parques naturais, da protecção, no sentido da continuidade da bio-deversidade.


Sem comentários: