quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Futura médica nazi? - Carta Aberta ao Reitor da Universidade da Beira Interior e ao Director da Faculdade de Medicina da UBI*

Rita Vaz, aluna do 1.º ano da Faculdade de Medicina da UBI, é a líder da Juventude Nacionalista (JN), estrutura juvenil do Partido Nacional Renovador (PNR), não representa praticamente ninguém (120 militantes a nível nacional), mas não é isso que me preocupa, preocupa-me o facto de ser estudante de Medicina, preocupa-me o facto de poder vir a exercer a Medicina, por esta razão tomo esta posição pública em forma de carta aberta. Pergunto-me: quem não sabe o papel dos médicos nazis no III Reich (Regime Nazi), no Holocausto, no programa de Eutanásia, no programa de Eugenia, no genocídio de judeus, ciganos, homossexuais, cidadãos portadores de deficiência, comunistas e de todos os que os nazis não toleravam (e os neo-nazis não toleram)? Esta aluna, a ser uma futura médica, não vai, como diz, pôr de parte as suas ideias para exercer medicina. Os médicos nazis não o fizeram, ela que admira Hitler, o III Reich e o Nazismo, o que para o caso é o mesmo e a sua “maior obra”, o Holocausto, ainda que se limite a dizer que apenas admire pessoalmente “algumas ideias” do nacional-socialismo. Diz que não é racista, mas não tolera que um “preto” (porque não é europeu) possa ser cidadão português, só um “branco”. A acabar esta jovem o curso de Medicina, a poder entrar na Ordem dos Médicos e a chegar a exercer Medicina, poderá a Ordem responder por ela, por cada paciente que lhe morra nas mãos e que não seja branco, seja estrangeiro, deficiente ou homossexual? Estarão o Estado Português e a Justiça Portuguesa preparados para ser alvo de acusações de negligência??? Será que uma prática nazi não colide com o código deontológico da Ordem dos Médicos? E a UBI? Quem tem a UBI a dizer sobre as ideias desta sua aluna? Estará um qualquer professor estrangeiro ou um qualquer estudante africano da UBI disposto a ser “tratado” por esta futura médica? Os responsáveis pela Faculdade de Medicina da UBI estariam dispostos a confiar-lhe a saúde dos seus filhos ou dos filhos dos seus amigos doutra nacionalidade que não a portuguesa? Aqui está um bom exemplo de que não basta ter uma média de mais de 18 valores para se ser um bom médico, a humanidade do futuro médico é fundamental e quanto à humanidade (que para ela não se aplicará a todos os seres humanos) desta aluna estamos conversados! A Rita Vaz não é uma iletrada, não defende ideias cuja prática não se conheça, não pode prometer imparcialidade e humanidade no tratamento de futuros doentes, esquecendo (será que não sabe!?) o papel dos médicos (assassinos de bata branca é mais correcto) alemães durante o nazismo, como “carrascos voluntários de Hitler”. O nazismo é tudo menos imparcial e humano! “Os actos de violência dos skinheads, os nossos militantes mais fiéis, pertencem ao passado”, diz Rita Vaz ao jornal “Público” de domingo passado. Acredite quem quiser, eu não. Não estou disposto a dar-lhe o benefício da dúvida. Estará a Ordem dos Médicos? Estará a UBI? Estará o Estado Português? Estará a Justiça Portuguesa? Até quando? Até à primeira morte dum seu paciente? Lusitano, romanizado, cristianizado, barbarizado, islamizado, afrancesado, africanizado, abrasileirado, americanizado… cidadão português, me confesso. *Luís Norberto Lourenço (Licenciado em História: ramo científico) Castelo Branco, 16 de Abril de 2007
http://luisnorbertolourenco.blogs.sapo.pt/arquivo/1067068.html

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