Discurso da latada, Curso de Filosofia

Ano Lectivo 2008/2009

Porque julgamos digno de propor
A nossa exposição, Senhor Reitor,
Erguemos até vós humildemente,
Uma toada uníssona e plangente
Em que evitámos o menor deslize
E em que damos razão da nossa crise.

Senhor, em vão esta academia luta
Com força sobrehumana e bruta
Suando até à fralda da camisa
Por tudo o que quer, tudo o que precisa.
Não é matéria orgânica não senhor
Mas apenas provar que temos valor.

Precisamos de créditos ilustre Reitor
Mas não pedimos só ao senhor.
Se os escolhidos de tão ilustre ministério
Quiserem tomar o nosso caso bem a sério
Se é nobre o sentimento que os anima
Mandai-nos os créditos em cima.
E já agora, por caridade,
Dizei-nos quanto ganha na verdade.


Se doer muito o esforço de dar
Sente-se, relaxe, não se esteja a cansar.
Procure um local asseado
Baixe as calças sossegado
E, como líder deste concelho
Esprema-se todo até ficar vermelho.

Se um peidinho sair, não se importe
Quem sabe se cheirá-lo não trará sorte!
Pois quem vive aflito e sem recursos,
Já não distingue peidos de discursos.
Se a sua merda para muitos é fonte de riqueza
Para nós não é de certeza.

Sofremos, pobres estudantes,
No minimo três anos, nunca antes,
E nestas terras da Cova Beirã
Sonhamos ser a força do amanhã!
Somos em espirito como em terra nua
Onde os livros são desesperante charrua.

Ah gente boa, gente fina
Desde o confins da conchichina
É triste pensar que todos vós
Andais aqui cagando pra nós!
E sob a capa ilusória da cultura
Debitais ricas prosas de soltura.
Dai-nos pois merda à vontade
Não faremos questão da qualidade.

Cenas normais, merdas esquisitas
E desde o cagalhão às caganitas
Desde a pequena poia à grande bosta
Mandai-nos tudo o que a gente gosta!