sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Segurança Social - A Ilusão do Século XXI

Existe, nas sociedades mais ricas e modernas, um problema, já observado por Tocqueville na Inglaterra do século XIX, com a pobreza e a necessidade da Segurança Social.
Este problema ao invés de se resolver à medida em que os países ricos vão enriquecendo ainda mais, tem-se vindo a agravar.

Porquê?

Podemos apontar uma primeira resposta que será sempre de difícil aceitação, pois, tendo em conta o Estado Social em que vivemos, custa-nos admitir que os benefícios do sistema de Previdência Social tenha sido uma autêntica ilusão. Essa resposta simples consiste apenas em admitir que uma pessoa trabalha por uma de duas razões: A primeira para sobreviver e a segunda para melhorar as suas condições de vida. Acontece que muitos apenas vêem no trabalho uma forma de sobrevivência. Ora, se a Segurança Social, através dos subsídios por ela atribuídos, substitui o trabalho como garante da sobrevivência, muitos deixam de o fazer.
Esta explicação é demasiado penosa para a consciência social que nos foi incutida no século XX.
Existem outras explicações mais complexas e mais aceitáveis. Entre elas podemos referir três:
A primeira é a de que quanto mais rico for um país, mais elevado é o seu conceito de pobreza. Simplificando: É-se pobre cada vez com mais coisas e, em virtude disso mesmo, com mais necessidades.
A segunda explicação é que quanto mais o subsídio sobe, maior é o número de pobres a pedi-lo. Porque hei-de trabalhar se me basta receber do Estado e nada fazer? Muito o perguntam.
Em terceiro lugar, existem uma série de funcionários que trabalham para o Estado cujo objectivo do seu trabalho é conceder subsídios. São funcionários que têm incutido em si mesmos que, uma forma de ajudar no combate à pobreza é subsidiá-la. Para estes funcionários conceder um subsídio é ajudar. É a velha história do dar o peixe ou do ensinar a pescar contada ao contrário.
Podemos dizer que todas estas explicações até podem estar certas mas que, o Estado Social, com o sistema da Segurança Social ajudou muitas famílias em dificuldades. Devo dizer que talvez sim ... ou talvez não.
Os subsídios substituíram, em muitas famílias, a importância do trabalho da única pessoa que levava dinheiro para casa, que contribuía para o sustento da família. Pensemos bem. Ao longo de todos estes anos, como não se terão sentido os homens e as mulheres que, mesmo trabalhando, recebiam pouco, ao se darem conta que, sem nada fazerem, recebiam o mesmo do Estado? O que lhes custava imenso era-lhes dado de mão beijada e de forma fácil.
Este fenómeno pode ter sido um dos muitos que esteve na origem da desagregação de muitas famílias no século XX. O Estado interferiu no papel da família. Para que serve ela então?
Assim, de um certo ponto de vista, o Estado Social, com os seus subsídios, pode também ter sido a causa da desagregação das famílias, iludindo-nos com as suas benesses e suas vantagens. Bem se costuma dizer que "de boas intenções está o inferno cheio."

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