Esta é uma de muitas histórias que tenho para contar da minha mocidade em Bemposta terra dos meus pais e onde estão sepultados os meus antepassados.
No ano de 1994, éramos rapazes e já tínhamos alguns conhecimentos de História, muitos eram os dias passados pelas ruas em amena cavaqueira e pelos campos a procura de aventuras e de novos achados e a noite passávamos “a ronda”. Eramos uma espécie de exploradores da história e guardadores dos segredos mais íntimos desta terra. Numa dessas tardes de investigação, reparamos nuns estranhos símbolos nas ombreiras das portas das casas de granito, não sabíamos ao certo o que eram, mas acabamos por os transcrever para um caderninho de apontamentos e guardamos como salvaguarda da nossa memória e por ventura os destruíssem.
Passados anos, frequentava o ensino superior na Covilhã, numa visita a cidade da guarda, passei pelo posto de turismo e peguei em algumas brochuras, houve uma delas que me chamou atenção: Roteiro das Marcas Mágico Religiosas no centro histórico. Qual foi a meu espanto, lembrei-me que alguns anos com o meu primo o Joel tínhamos recolhido umas marcas parecidas.
Na semana seguinte fui passar o fim-de-semana a minha Pequena-Grande Aldeia e procurei o caderninho em que tínhamos registado as marcas. Foi dar com ele no sótão da casa de meus país no meio dos meus velhos manuais.
Aqui fica o tesouro guardado, para todos aqueles que lhe atribuem o verdadeiro valor e significado.
Daniel Lopes
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