terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Bemposta, aldeia sem eira, nem beira…


Bemposta uma pequena aldeia do concelho de Penamacor, foi símbolo de autonomia até 6 de Novembro de 1836, hoje passados 172 anos da perda da sua autonomia, continua fechada para si mesma, sem qualquer incentivo camarário para a projectar como aldeia histórica. Apenas dispõe de uma monografia elaborada por uma neta da terra e editada pela Câmara Municipal de Penamacor, mas na realidade aquilo que se pinta no papel não corresponde a realidade, o seu património tem sofrido profundos atentados pelas sucessivas juntas que por lá tem passado. É o caso da ponte romana que continua sem se poder visitar, para além de ter sofrido alguns anos atrás a demolição de um dos seus anéis, pelo construtor da nova ponte, agora foi o proprietário de um parqueamento de gado local que se apropriou do terreno pertencente aos domínios da ponte e a cercou com arame farpado e outra, ainda mais deprimente, na ribeira das taliscas as “poldras” de granito (açude e fráguil) que outro h´ora serviam para atravessar a ribeira, foram destruídas e no seu lugar construíram dois pontões em cimento, apenas restam as do sitio do coito, espera-se que não tenham igual sorte. Os pontões até faziam todo o sentido em ser construídos para ligarem os terrenos envolventes entre Bemposta e Pedrógão de S.Pedro, mas podiam passar ao lado delas? Esta é outra das causas que já tem passado, tem presente e, menos ainda, futuro. Toda a aldeia esta calcetada em pedra, na zona histórica (zona envolvente praça do Município e pelourinho) está alcatroada para além de todo este espelho, um cabo ligado a um computador na capela do espírito santo, para tocar os sinos, atravessa todo o centro histórico e termina na torre do relógio. Quem vai a Bemposta fazer uma visita e quer tirar uma fotografia depara-se com está teia sendo um oposto aberrante, visualmente. Para terminar a revitalização da via-sacra da terra que tantos rios de tinta correram pelos jornais, deve-se todo o mérito a Maria Aida Ventura, que encostou o efectivo da junta com a espada contra a parede:
– Ó vocês restauram a via-sacra, eu e a minha família, temos dinheiro para a restaurar.
A mesma, já tinha feito o restauro das alminhas e salvou a Domus Municipalis da ruina, adaptou a nossa terra como lugar de paixão.
Penso que a nossa terra ainda não é causa perdida á que pôr um travão e um mínimo de bom-senso. A este ritmo e a esta continua devastação da terra, acrescenta-se a falta de sensibilidade para com a juventude, enquanto outras aldeias do concelho estão a apostar na distribuição de internet banda larga (wireless), serve de exemplo a Benquerença que se notabilizou na primeira aldeia wireless de Portugal, em Bemposta a internet foi retirada, porque os “putos” andavam a frequentar sites pornográficos, como se não houvesse restrições! Sei que já não adianta falar nas Assembleias de Freguesia, visto que as restrições da internet apenas são para alguns, porque um dos elementos do efectivo da Junta de Freguesia em plena actividade da Assembleia de Freguesia vai dando uns saltinhos no jornal online da Bola e Record. E assim sé vai vivendo nesta terra Beirã, caça-se mais umas perdizes, vai-se fazendo umas excursões ao jardim Zoológico, umas festarolas para animar a malta e o tempo vai passando…

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